Candidatura de Fátima a Património da Humanidade
O historiador de arte Vítor Serrão defendeu a candidatura do Santuário de Fátima a Património da Humanidade da UNESCO, pela qualidade do conjunto monumental e artístico ali existente.
Na apresentação do livro “Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia”, da autoria de Marco Daniel Duarte, Vítor Serrão considerou o Santuário de Fátima “uma obra de arte digna de ganhar lugar de destaque no património da humanidade”, sugerindo a proposta à UNESCO.
“É um conjunto que concorre, por todos os valores estéticos, espirituais, hierofânicos e artísticos, para uma candidatura a Património da Humanidade que o é, de direito pleno”, pelos “vários contributos da melhor mão-de-obra artística do país e também de alguns artistas estrangeiros”.
O professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa disse encontrar em Fátima uma inesperada unidade. “Para mim, foi uma completa novidade: descobri que aquilo que eu achava que era uma manta de retalhos, de objetos de maior ou menor qualidade, que me apaixonavam mais ou menos, ganham em conjunto uma unidade que é indesmentível”.
O historiador de arte considerou que “a qualidade da arquitetura, da pintura, da escultura, dos vitrais, do mobiliário litúrgico e da demais arte” torna Fátima mais do que um mero lugar de culto e de hierofanias e de grandes movimentos peregrinatórios. “Há um equipamento patrimonial e artístico que habitualmente é diminuído, ou pelo menos não é destacado pelo valor que realmente tem, e que importa ver de outra maneira”. Nesse conjunto figuram nomes como António Teixeira Lopes, Irene Vilar, Lagoa Henriques, Zulmiro de Carvalho, Clara Menéres, José Aurélio, Marko Rupnik, Jorge Barradas, Eduardo Nery, Pedro Calapez, Catherine Greene, Robert Schad, Fernanda Fragateiro, entre outros.”